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A jornada do herói cansado

  • Foto do escritor: evandro melo
    evandro melo
  • 9 de abr. de 2024
  • 2 min de leitura

A Psicologia Analítica acredita que todo indivíduo tem um chamado de busca pela individuação. Esse termo foi criado por C.G. Jung e define a busca do indivíduo por uma completude, integração do seu ego com seu si-mesmo. De forma simples, é sabermos quem somos, nos tornamos seres autônomos que toma decisões mais pelo que queremos e menos por convenções sociais, sermos individuais em um coletivo.

Há, porém, muitos desafios nesse chamado.

Tornar-se quem se é exige vontade, coragem e persistência.

O mitólogo Joseph Campbell, em suas pesquisas, observou que em todas as culturas pelo mundo existe o arquétipo do herói e sua jornada.

A jornada passa por um chamado para aventura, recusa ao chamado, encontro com mentores, travessia de limiares, confronto com desafios e uma transformação pessoal.
Esses estágios refletem processos psicológicos universais na busca por individuação.

Note que todos recebemos esse chamado, todos somos chamados para a aventura do autoconhecimento, todos temos em nós o arquétipo do herói. Note também que trata-se de uma jornada cheia de desafios, de altos e baixos, de ciclos iniciando e encerrando. Há dor, angústia, medo, falhas e insucessos, o que leva à transformação pessoal.


No mundo do neo capitalismo de hoje, há de forma generalizada uma baixa tolerância ao insucesso, ao erro, à derrota. É nos cobrado, as vezes de forma sutil e romantizada, que sejamos performáticos e entreguemos resultados a todo instante. Não há espaço para falhas.


O que tem levado a nos tornarmos, como o termo cunhado pelo filósofo Byung-Chul Han, na Sociedade do cansaço.

Ser o que os outros querem que sejamos cansa.

Isso fica ainda bem evidente no universo dos esportes de alto rendimento. Todos ali são ídolos, celebridades, são heróis cuja obrigação é vencer sempre.


Nas últimas olimpíadas vimos uma das maiores atletas de todos os tempos, Simone Biles, se recusar a participar de uma prova em que era favorita ao ouro, por estar em um processo de depressão e pânico.

Na mesma época, a tenista Naomi Osaka, disse ter reparado que havia algo errado quando ela sentia mais alívio com a não derrota do que felicidade com a vitória.


E chegamos nesta entrevista de Richarlison, centroavante do Tottenham e da seleção brasileira, que fala do seu recente processo de depressão e como superou, inclusive sua vontade de desistir.


O processo não é fácil, e contar com ajuda de um psicólogo, é importante e ajuda muito.


@evmelo.psi

Vídeo original do canal da ESPN Brasil no Youtube.

 
 
 

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